História: Simca

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

SIMCA é a sigla da Société Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile, fábrica de automóveis francesa fundada em Nanterre, em 1935 pelo empresário italiano Enrico Pigozzi.
Dos 204 000 veículos produzidos na França e 1936, 3,6% tinham a marca Simca, o que correspondia a 7 300 exemplares.
O primeiro modelo da empresa, o Simca 5, réplica quase idêntica da Fiat 500 Topolino, tinha motor dianteiro de quatro cilindros em linha de 569 cc, válvulas laterais e potência de 13 cv e custava apenas 9 900 francos.
Em 1937 Pigozzi lançou um novo modelo, baseado na Fiat 508 C/1 100, denominado Simca 8 com propulsor de quatro cilindros em linha de 1098 cc e potência de 32 cv.
A produção do Simca 5 atingiu o máximo de 14.194 exemplares em 1938, ano em que a produção total do Simca triplicou. O Simca 8 alcançaria seu recorde de produção após a II Guerra Mundial.
Ao fim de seus primeiros cinco anos de actividade que teve início em 1940, a Simca já tinha produzido quase 70 000 veículos e desfrutava de boa situação financeira.
Com a tomada da França pelos alemães, em Junho de 1940, a actividade da empresa diminuiu mas não sofreu paralisação total.
Terminado o conflito, a fábrica de Nanterre recomeçou a funcionar regularmente já em 1946 e nesse ano construiu quase 8 000 exemplares dos dois modelos de antes da guerra.
Nessa época Pigozzi elaborou os primeiros projectos de veículos Simca, mas a colaboração com a Fiat prosseguiu até 1949, época em que a firma lançou Simca 6, versão francesa da Fiat Topolino C. Paralelamente, continuava em constante aumento o ritmo de produção do Simca 8 e chegou aos 26 258 exemplares em 1950.
Em relação ao modelo original italiano, o Simca sofreu nessa época aumento de cilindrada e potência (passou a 1 200 cc e 40 cv), e em 1950 a Simca lançou também uma versão desportiva desse modelo, com potência de 52 cv.
Em 1951 estava pronto o primeiro Simca inteiramente francês, que deu início à completa autonomia da fábrica de Nanterre também no sector de projectos.
Batizado de Simca 9, o novo veículo tinha motor de quatro cilindros de 1221 cc e carroçaria de quatro portas, caracterizada por linhas modernas e elegantes.
O Simca 9 recebeu ainda outra denominação, com a qual se tornaria amplamente conhecido: Aronde, forma arcaica e poética de hirondelle ("andorinha").
Com seu propulsor de 45 cv, o Aronde atingia 130 em marcha suave e segura. O êxito imediato do novo modelo traduziu-se no extraordinário aumento de seu ritmo de produção, que rapidamente chegou a 100 000 unidades anuais.
Veloz, confortável e seguro, o Aronde revelou-se também muito robusto eficiente: em 1953 um exemplar de série, sem preparação alguma, rodou durante quarenta dias quarenta noites consecutivas na pista de Montlhéry, perfazendo um total de 100 000 km percorridos a uma média superior a 100 km/h .
No ano seguinte outro Aronde rodou 100 000 km num percurso que incluía diversas ruas de Paris sem apresentar qualquer defeito mecânico.
O extraordinário êxito do Aronde levou a fábrica a suspender a produção dos outros modelos e concentrar todo o seu potencial, a partir de 1952, na construção do novo veículo.
Pigozzi, que adquirira em 1951 as instalações da fábrica de camiões Unic e as da fábrica de tractores Semeca, comprou em 1954 a grande fábrica da Ford France em Poissy, onde se construíam dois modelos de características americanas, o Vedette e o Comète, ambos com motores V-8 de 2,2 e 2,3 litros.
Em 1958 a Chrysler adquiriu 15% das ações da Simca, e em 1961 todos os quatro cilindros - inclusive a nova versão de 1100 cc destinada exclusivamente ao mercado interno - receberam nova cambota com cinco mancais.
Em fins de 1961 a empresa lançou o 1000, pequeno quatro portas com motor traseiro de quatro cilindros.
Económico, confortável, de desempenho excelente para sua classe, o 1000 atingiu a marca de mais de 160 000 exemplares vendidos já em 1962.
A ele seguiram-se em 1963 as novas berlinas 1300 e 1500cc, veículos médios destinados a substituir o Aronde, do qual conservaram o motor dianteiro de quatro cilindros, a tração traseira e a robustez.
Ainda em 1963 a Chysler tomou-se accionista maioritária com 64% das acções.
A linha Simca sofreu novas modificações em 1967 com a apresentação do 1100, moderno sedan de tração dianteira, motor transversal e espaçosa carroçaria de quatro portas com traseira fastback.
Em 1968 já ocupava o primeiro lugar na produção da empresa, seguido de perto pelo 1000 que tinha chegado ao 1 000 000 exemplares em 1966, e pelo 1300/1500.
À série 1000 acrescentou-se em 1963 um coupê com carroçaria de Bertone, remodelado em 1967 como coupê 1200 S (82 cv DIN).
O Sim'4, modelo económico da série 1000 destinado ao mercado interno, tinha propulsor de 777 cc. O 1000 Special, exportado para vários países, recebeu o mesmo propulsor do 1100 de tracção dianteira. A série completava-se com o Rally e o Rally 2, versões desportivas de 1300 ce (60 e 82 cv DIN).
O 5 CV, da série 1100 e destinado ao mercado interno, recebeu o mesmo motor de quatro cilindros do  1000. Já o 1100 Special e TI tiveram motores de 1300 cc.
Em 1º de Julho de 1970 a empresa passou a denominar-se Chrysler France. Pouco depois a fírma lançava no mercado francês os primeiros modelos com a marca Chrysler: o 160 (1600 ce), o 180 (1800 cc) e o 2 litros. Os seus propulsores de quatro cilindros tinham comando de válvulas monoaxial no cabeçote e, apesar de não apresentarem desempenho excepcional, eram bastante robustos.
Confortáveis, seguros e de preço competitivo, os três primeiros modelos da Chrysler France em pouco tempo se impuseram no mercado europeu. Ainda em 1970 a Chrysler France absorveu outra fábrica automobilística francesa, a Matra.
Da unificação das atividades dessas duas empresas resultaram vários projetos de envergadura tanto na produção em série quanto na produção de carros de competição. Os potentes Matra-Simca desportivos de 3 litros venceram brilhantemente o Campeonato Mundial de Marcas por dois anos consecutivos em 1973 e 1974.
Entre os veículos de série teve especial destaque um modelo bastante original, o Bagheera de três lugares lado a lado, comercializado com a marca Matra-Simca pela rede de revendedores que a Simca havia formado.
Apenas com a marca Simca a Chrysler France lançou em 1975 os modelos 1307 e 1308, veículos médios cujo esquema de construção baseava-se no projeto do 1100 (tração dianteira e motor transversal).
Ambos receberam, porém, novos tipos de carroçerias, bem mais amplas e de linhas mais modernas.
Ao lado dos modelos anteriores (o 1301 e o 1501), o 1307 e o 1308 completaram a vasta linha de modelos da Chrysler France no setor dos veículos com cilindradas de 1000 a 1200 cc. O 1307, mais económico, recebeu o mesmo propulsor de 1300 cc do 1100 Special, e o 1308, com carroçaria igual, teve motor quatro cilindros de quase 1500 ce (165 km/h).

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