A Citroën sempre teve intenção de fazer um carro de sonho que pudesse rivalizar com a Porsche, Jaguar e Lotus. Em 1968 assinou um acordo de cooperação com a Maserati.
No Salão de Genebra de 1970 apresentou o modelo SM, resultado dessa cooperação. O motor, concebido por Giulio Alfieri, era um V6 derivado de um V8 da casa italiana. De resto seguia a tradição e os conceitos avançados que fizeram a fama da fábrica francesa.
Era um coupé de quatro lugares com a frente bem longa e a traseira curta. As rodas posteriores eram parcialmente cobertas e a carroçaria, vista de cima, seguia o conceito gota do DS, com frente mais larga que a traseira. Ainda como no DS, tinha suspensão hidropneumática de altura constante e independente nas quatro rodas e revelava preocupação com a aerodinâmica.
Dos seus seis faróis, os quatro internos, menores, seguiam o movimento das rodas, protegidos por um vidro-bolha que cobria toda a frente. Dava um aspecto elegante e único ao automóvel. A grelha para refrigeração do radiador ficava abaixo do pára-choques e era na mesma cor da carroceria.
No primeiro ano de fabrico vendeu 868 exemplares e em 1971, quando a Citroën comprou a Maserati, as vendas subiram em flexa, atingindo 4988 unidades. A mecânica oferecida até meados de 1972 era um V6 com duplo comando de válvulas, com bloco de alumínio, 2,6 litros e 178 cv. Seguindo a tradição da marca, tinha tracção dianteira. Acelerava de 0 a 100 km/h em 8,9 s e alcançava 220 km/h na versão com cinco velocidades e equipada com carburadores. Para travar dispunha de quatro discos de alta pressão.
A direcção assistida tinha um sistema de assistência variável que a endurecia à medida em que a velocidade aumentava. Ainda, quando se soltava o volante, mesmo com o carro parado, este colocava as rodas em linha recta (sistema Diravi). Tinha apenas uma volta de batente a batente - a maioria dos carros tem cerca de três - e era impossível virá-la se o motor não estivesse em funcionamento. As jantes RR (Resina Reforçada) só pesavam 4,66 kg.
Em 1972 era lançada a injecção eletrónica Bosch e a produção chegava a 4036 exemplares. Nesse ano a revista americana Motor Trend elegia-o Carro do Ano.
Em 1973 era oferecida como opção uma caixa automática Borg Warner e o V6 em todas as versões passava a quase três litros de cilindrada, desenvolvendo 180 cv. Devido à crise do petróleo e à imposição de limites de velocidade nas estradas e auto-estradas, as vendas caíam vertiginosamente. Nesse ano somente 2619 exemplares foram vendidos.
No ano seguinte a procura continuava a descer e a Peugeot adquiria a Citroën, entregando para Guy Ligier a produção. Mais 20 exemplares seriam produzidos. Em 1975 o grupo decidiu encerrar a produção e Ligier produziu os últimos 115 SM.
Em seis anos (1970 a 1975) foram produzidos 12920 SM, sendo 7191 para exportação (4240 para a Europa, 2482 para o continente americano e 469 para outros países). Os seus avanços tecnológicos foram utilizados em carros como Ligier JS2, Maserati Merak e Khamsin.
0 comentários:
Enviar um comentário